A conversa até pode ter um cheiro desagradável, mas
Tenho por vezes destas coisas, mas aqui sentado e com o portátil no colo dou por mim a pensar, que o lar afinal, não é o último refugio do homem civilizado, a sua última fuga, o derradeiro recanto em que pode esconder suas mágoas e dores. O lar não é o castelo do homem.
Esse lugar dá pelo nome de Casa de Banho. Se acompanharem o meu raciocínio vão chegar à mesma conclusão que eu. Num mundo atribulado, numa época convulsa, numa sociedade desgovernada, numa família dissolvida ou dissoluta, só a casa de banho é o recanto livre, só essa dependência da casa e do mundo dá ao homem um pouco de tranquilidade.
É ali que ele sonha, deita contas à vida, chora e tem por vezes paz e sossego. Não contando com o meu refugio na praia no Outono ou Inverno, posso afirmar que esse local, para quem não tem a praia perto de casa já não existe. O homem passou a viver em caixas de fósforos que custam os olhos da cara, e que leva uma vida inteira a pagar, tendo como ilusão de floresta duas ou três plantas enlatadas ou então um aquário para lhe transmitir uma calma que cada vez é mais necessária.
O homem foi recuando, estagnando, desesperou e só obtêm um instante de calma no dia no seu novo santuário dentro de sua própria casa: a casa de banho. Se não lhe baterem à porta outros homens (que é muito mau sinal), ele, ali, e só ali, por alguns instantes, se esconde, reflecte, calcula e julga. Está só consigo mesmo, tudo é segredo, ninguém o interroga, pressiona, grita, tenta, sugere, assalta. Aqui é verdadeiramente o chefe da casa.
É aqui que examina com calma sua fisionomia, vê os anos passarem ao espelho que por vezes é um amigo outras nem tanto, é aqui que vê se está mais gordo ou não, e se encontra para nossa tristeza os primeiros cabelos brancos (até nos tomates, é incrível, como eles ali vão parar).
É nessa mesma casa de banho que o meu filho de cinco anos já se examina, demonstrando uma vaidade já assinalável, ensaia seu sorriso de canto de boca.
Não há, em suma, quem não tenha jamais feito uma careta equívoca no espelho do banheiro, nem existe ninguém que nunca tenha tido um pensamento genial ao sentir sobre seu corpo o primeiro jacto de água fria. Aqui temos a paz para a autocrítica, aqui entramos sujos e saímos limpos, aqui na casa de banho, saímos mais frescos, mais puros, mais bem dispostos, e por vezes (como hoje) até cantamos.
Merda! Por falar nisso, e agora? ÓÓÓÓÓÓÓÓÓ MARIAAAAA (nome fictício), ALCANÇA-ME O PAPEL HIGIÉNICO!
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